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quarta-feira, 27 de maio de 2015

MINERAÇÃO | Mato Grosso está longe de explorar potencial mineral


O Mato Grosso, mesmo sendo considerado um dos estados com maior potencial extrativista não consegue explorar as riquezas que estão sob a terra. Conhecido pela produção de diamante e ouro de boa qualidade, não estende as atividades em escala industrial para esses e outros produtos necessários à economia interna. Que dirá para exportar.

Aqui, a falta de logística de transporte é apontada como o fator que mais compromete o desenvolvimento da indústria mineral. Há décadas são reivindicadas, e envolvidas em embates políticos, as linhas ferroviárias e hidroviárias.

Estudos indicando o potencial não faltam, não apontando somente substâncias metalíferas comuns à cultural local, como ouro e diamantes.

Aripuanã tem zinco e, Comodoro, níquel; em ambos, há outros minerais associados. Há jazidas de ferro e manganês em Juína e Cocalinho. Em Mirassol D’Oeste e Planalto da Serra, têm fosfato, onde podem permanecer escondidos.

Mesmo o ouro em regiões próximas continua escondido em regiões mais urbanizadas. Um estudo de mestrado mostra grande potencial em três áreas da Baixada Cuiabana.

Sob o título “Metalogenia para Caracterizar Depósito Mineral”, o professor Elzio Barboza pesquisou sobre a existência de jazidas em três comunidades Cangas (Poconé), Casa de Pedra(Cuiabá) e Jatobá(Jaciara).

Seriam necessários estudos mais aprofundados para dimensionar, entre outras coisas, o tamanho desses depósitos. O ouro desses locais está sendo comparado ao produzido em grande escala em países como Austrália e Estados Unidos.

Barboza observa que são necessários investimentos de maior porte para estender as pesquisas e, claro, bem maiores para exploração industrial.

Na Casa de Pedra, que fica na localidade de Ponte de Ferro, região do Coxipó do Ouro, em Cuiabá, e em Cangas, Poconé, há atividade garimpeira em curso individual ou em pequenos grupos. No distrito de Jatobá também foi explorado, mas não há informações sobre extração em curso.

O presidente O presidente da Companhia de Mineração do Estado (Metamat), João Justino Paes de Barros, especialista em Economia Mineral, diz que, para diversificar produção mineral de outros produtos descobertos no Estado, como calcário, fósforo, níquel, manganês e zinco, é preciso melhorar bastante a infraestrutura logística.

Mesmo deficiente no setor, sem ferrovia ou hidrovia, ele diz que o Estado produziu, em 2014, cerca de 12 toneladas de ouro legalmente. Metade, diz, em grandes indústrias, duas delas instaladas na região de Pontes e Lacerda.

Ele diz que grandes empresas demonstram interesse de operar na mineração mato-grossense; porém, recuam quando percebem que não terão como escoar seus produtos.

(Diário de Cuiabá) 

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