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terça-feira, 8 de março de 2016

#AMAPÁ | Site sobre mineração diz que Zamin é investigada


O site "Notícias de Mineração no Brasil" voltado exclusivamente a informações relacionadas a atividade mineral no país acaba de publicar uma longa reportagem sobre o escândalo envolvendo a Zamin Ferrous com corrupção no Amapá. De acordo com a publicação a empresa é acusada de pagar propina de R$ 11 milhões para o deputado estadual Júnior Favacho (PMDB) para conseguir a concessão da Estrada de Ferro do Amapá (EFA).

Segundo o site, o parlamentar assinou, em 2013, ato que autorizou, sem votação no plenário, a mineradora a usar a ferrovia, que liga os municípios de Santana (AP) e Serra do Navio (AP).

Na época, diz a publicação, alguns parlamentares foram resistentes à instalação da Zamin no Amapá. A mineradora começou as atividades no Estado após comprar ativos da Anglo Ferrous por US$ 136 milhões. A operação foi concluída no início de 2013, no entanto, somente no fim daquele ano foi oficializada, após o ato da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap).

O Notícia da Mineração no Brasil (NMB) diz que a propina teria sido paga pela Zamin por meio de uma outra empresa, sediada no Rio de Janeiro. O depósito ocorreu em uma conta-corrente de um ex-servidor da Alap, advogado e representante legal do deputado Favacho. O caso foi descoberto em 2015, quando o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (CAF), do Ministério da Fazenda, verificou a movimentação anormal de R$ 11 milhões na conta do ex-empregado.

O MP descobriu que parte do dinheiro, cerca de R$ 4 milhões, foi usado para compras de caminhões e máquinas de construção civil para empresas ligadas a Favacho. Uma companhia seria da esposa e outra da irmã do deputado estadual. Em depoimento, o advogado do parlamentar confirmou que viajou com Favacho a Belém (PA) para adquirir os equipamentos.

"Antes de exercer o cargo de deputado estadual, já era empresário do setor da construção civil. Nesse campo, conduzo a construção de um condomínio residencial no distrito de Fazendinha [em Macapá]. Pela dimensão do projeto, foi necessário buscar investidores de grande porte, e o empresário Carlos Daniel decidiu apostar no investimento e fazer a parceria. Não se trata de propina os valores a que se refere a investigação. O dinheiro é investimento que o empresário Carlos Daniel fez como parceiro do condomínio. É muito natural que o investimento tenha sido feito em caminhões e máquinas pesadas, por se tratar de obras de construção civil", disse o deputado ao portal de notícias G1.

O empresário citado por Favacho é Carlos Daniel de Magalhães Filho. Ele, segundo a investigação, seria o representante da Zamin Ferrous na negociação da Estrada de Ferro do Amapá.

Cerca de R$ 600 mil também teriam sido depositados na conta de uma pizzaria do ex-presidente da Junta Comercial do Amapá (Jucap), Jean Alex Nunes, apontado na decisão de ser o intermediador das negociações entre a mineradora e Favacho.

Na quarta-feira (2), o MP e a Polícia Federal (PF) deflagraram a operação Caminhos do Ferro no Amapá e no Rio de Janeiro para investigar o caso. Segundo o MP, foram expedidos oito mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária, que foram cumpridos em Macapá (AP), Santana (AP) e Rio de Janeiro (RJ). A operação contou com a participação de cerca de 40 policiais federais. Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, corrupção ativa ou passiva e lavagem de dinheiro.

Bens foram bloqueados pela Justiça do Amapá, entre eles cinco caminhões e quatro máquinas, como retroescavadeiras e motoniveladoras que seriam parte da suposta propina. O suborno teria sido pago em duas vezes, uma de R$ 5,3 milhões e R$ 5,2 milhões, totalizando R$ 10,6 milhões.

Em nota, Favacho disse que desconhece o teor das investigações. "Eu e minha família estamos sofrendo um desgaste imensurável de nossa imagem, além de prejuízos nos negócios. Nunca fui intimado no processo e desconheço completamente o teor das investigações. Me coloco à disposição de todas as autoridades", afirmou.

A EFA foi inaugurada em 1957 e tem um total de 194 quilômetros, ligando os municípios de Santana e Serra do Navio, a 17 quilômetros e 203 quilômetros de Macapá, respectivamente. A ferrovia foi construída para transporte e exportação da produção mineral, principalmente ferro e manganês.

A Zamin concluiu a aquisição da operação de minério de ferro, que pertenciam à Anglo American no fim de 2013. A operação, iniciada pela MMX, foi vendida para a Anglo em 2008 como parte do pacote que incluiu o projeto Minas-Rio. A produção da Zamin está paralisada há anos, porque, além dos baixos preços do minério, a empresa não tem como exportar a commdity devido às obras de reconstrução do Porto de Santana, ainda em andamento.

(Brasil247/Amapá247

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