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terça-feira, 22 de setembro de 2015
MINERAÇÃO | Sistema BR Miner foi apresentado na 16ª Exposibram

MINERAÇÃO | Sistema BR Miner foi apresentado na 16ª Exposibram


O sistema BR Miner foi apresentado na 16ª Exposição Internacional de Mineração (Exposibram), realizada no período de 14 a 17 de setembro, em Belo Horizonte (MG).

Reunindo grandes nomes do meio empresarial, além de organizações governamentais e privadas, a maior feira da América Latina do setor de mineração reuniu aproximadamente 58 mil pessoas nos quatro dias de evento.

Conforme explica o sócio-proprietário da BR Miner, José Abílio Rocha, a participação da empresa na Exposibram visou divulgar o sistema e aproveitar a qualidade do público que frequentou a feira.

"A participação neste evento foi importante para nossa empresa, pois mostra a necessidade que o setor tem de empresas especialistas nesta área. Nossa expectativa é fechar o ano de 2015 com a gestão de cerca de 5 mil processos. Para o ano que vem, a expectativa é que esse número chegue a 10 mil”, frisa.

OPORTUNIDADES
De forma totalmente inovadora, a empresa possui ainda em seu site a guia oportunidades que funciona como um apoio ao minerador na divulgação de minas e jazidas que estão à venda. A BR Miner possui uma equipe que faz a auditoria técnica (due dilligence) desses ativos à venda e disponibiliza uma avaliação sobre o empreendimento.

“É um processo que atende tanto ao comprador quanto ao vendedor, porque ele pode ter noção da qualidade e condição daquela mina ou jazida. É importante frisar que hoje, a BR miner se apresenta como melhor opção de mercado em termos de custos e de atendimento ao que o mercado precisa", disse.

SISTEMA BR Miner
O sistema BR Miner realiza o monitoramento e a gestão de processos minerais junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para auxiliar empresas do setor. O software, além de fazer o gerenciamento, possui um sistema de notificações, ligado ao Diário Oficial da União e ao DNPM, que alerta o usuário sobre todos os eventos de determinado processo mineral. A BR Miner cobra cerca de R$ 10 por mês para fazer a gestão de cada processo.​
 
A gerente de vendas do sistema BR Miner e geóloga, Raísa Vendas, afirma que muitos visitantes passaram pelo estande e sairam satisfeitos com as vantagens oferecidas pelo produto tecnológico criado em Cuiabá. "As pessoas que vieram aqui gostaram do nosso software. A aceitação do público foi muito boa e ficamos contentes em divulgar nosso trabalho em um evento dessa proporção", conclui.
 
(BR Miner)
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
AMAZONAS | PF deflagra operação contra lavagem de dinheiro em Maués

AMAZONAS | PF deflagra operação contra lavagem de dinheiro em Maués


A Polícia Federal no Amazonas, em conjunto com o Exército Brasileiro e Ibama, realizou entre os dias 17 e 18 a deflagração da Operação Policial Filão do Abacaxis, cujo objetivo é desarticular organização criminosa que pratica ações de lavagem de dinheiro decorrente da exploração ilegal de ouro e degradação ambiental junto ao garimpo Filão do Abacaxis, localizado no município de Maués, em plena selva amazônica.

O inquérito policial instaurado para investigar a organização criminosa identificou que a área do garimpo foi invadida a partir do ano de 2012 e vem sendo usada por grupo econômico ligado a uma empresa mineradora para lavar os lucros auferidos com a exploração de ouro retirado do local.

A investigação identificou que aproximadamente 70 hectares de floresta foram derrubados para permitir a exploração do garimpo e que mais de 200 quilos de ouro já foram extraídos do local desde sua invasão em 2012, o que importa na quantia de mais de R$ 27 milhões usurpados do patrimônio da União. Apenas na conta de uma das secretárias da empresa investigada foram movimentados mais de R$ 12 milhões em período inferior a um ano.

Os proprietários do garimpo já foram identificados e tiveram prisão preventiva decretada pela 7ª Vara Federal do Amazonas, cujo cumprimento está sendo realizado nesta sexta.

Além do cumprimento de 3 mandados de prisão, a Polícia Federal cumpre ainda 4 mandados de busca e apreensão e 6 mandados de condução coercitiva no Amazonas, São Paulo e Santa Catarina.

Por se tratar de área de floresta e para garantir que a prática dos crimes ambientais não tenha continuidade, duas pistas de pouso clandestinas que servem de apoio ao garimpo bem como o maquinário utilizado na extração do ouro estão sendo destruídos mediante parceria com o Exército Brasileiro e o IBAMA.
 
(D24am)
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
AMAZONAS | Deputado denuncia condições precárias de trabalho em mineradora de Presidente Figueiredo

AMAZONAS | Deputado denuncia condições precárias de trabalho em mineradora de Presidente Figueiredo


Morte, risco de dano ambiental e demissões suspeitas de irregularidades. Os problemas envolvendo a Mineração Taboca e os trabalhadores da Vila do Pintinga, no Município de Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus), foram denunciados na terça-feira (15), na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (ALE-AM) pelo deputado estadual Dermilson Chagas (PDT).

Segundo o parlamentar, os trabalhadores estão expostos a mais acidentes como o que causou a morte do operário Siegfried Lustosa da Silva no dia 19 de agosto após a caçamba que ele dirigia perder o controle e cair dentro de uma represa. Além disso, um rompimento na estrutura da represa da vila ameaça a fauna local.

Chagas, que é vice-presidente da Comissão de Assistência Social e Trabalho da ALE-AM, afirmou que fará uma visita à empresa e à vila para avaliar as reais condições de trabalho e riscos aos funcionários. O parlamentar solicitou que a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional e Sustentável também acompanhe a inspeção.

“A empresa gera a sua própria energia, mas parte dessa barragem rompeu e isso é um risco para quem trabalha lá. Caso essa barragem rompa de vez, como fica a situação desses trabalhadores? E os danos ao meio ambiente? Precisamos tomar providências e por isso estou propondo, via Comissão do Trabalho e com apoio da Comissão de Meio Ambiente, uma visita ao local. São dois mil trabalhadores. Se demitir e diminuir o trabalho, certamente a arrecadação do município também cai”, disse Dermilson.

Acidente de trabalho

O acidente que provocou a morte de Siegfried Lustosa ocorreu à noite enquanto ele trabalhava transportando pedras para conter o vazamento da barragem e consertar o problema na represa, segundo os trabalhadores demitidos Jocivaldo de Jesus, 35, e José Mário Mendes Oliveira, 48. “Antes da morte de Siegfried outros três acidentes ocorreram. A rampa onde ele subia com um pesado carregamento de material para fechar o buraco da represa é muito inclinada e o carro derrapou. Os outros, como era dia, tiveram calma e desceram a rampa. Ele deve ter se desesperado e caiu na água”, afirmou Jocivaldo.

De acordo com José Mário Oliveira, que trabalhava há cerca de 20 anos em Pitinga, a solução está sendo demitir os funcionários. “Terceirizados foram demitidos e os ligados à empresa também. Eu, em 20 anos de empresa com salário de R$ 2.100, recebi só R$ 17 mil de recisão”, declarou.

Jocivaldo afirmou que os trabalhadores devem pedir na Justiça 12 itens retroativos que são direito do trabalhador e nunca foram pagos. “Risco de periculosidade é um deles”, declarou. Ele também relata os riscos de danos ambientais: “O vazamento que registramos num vídeo é o menor. Há outro maior por baixo. E isso traz um sério risco da represa romper de vez e inundar a mata perto, o que provocaria morte de muitos animais”, afirmou o operário.

O operador de máquinas pesadas José Mário afirma que mais mortes podem ocorrer caso nenhuma providência seja tomada. “A empresa quer saber de produzir e não atende aos itens de segurança. Internamente, há a informação de que a caçamba que estava com o Siegfried tinha problemas”.

BO

Em Boletim de Ocorrência, outro funcionário, Márcio Roberto Mendes, afirmou em depoimento à Policia Civil que ouviu o colega dizer “em tom de desespero que havia perdido o freio” do caminhão.

Sobre a mineradora

Fundada em 1969, a Mineração Taboca começou a atuar em Pitinga nos anos de 1980. Em Pitinga, é feita extração e o beneficiamento dos minérios de cassiterita e columbita, matérias-primas do estanho, metal resistente à corrosão e usado largamente na indústria. De acordo com o site da própria empresa, a Mineração Taboca realiza a fundição do concentrado de cassiterita em sua filial, no interior do Estado de São Paulo, para onde é enviada toda a produção de concentrado de cassiterita obtida no Complexo de Pitinga.

(Em Tempo) 
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
SENADO | Pará será beneficiado com Fundo de Exportação (FEX) para compensar perdas da Lei Kandir

SENADO | Pará será beneficiado com Fundo de Exportação (FEX) para compensar perdas da Lei Kandir


O Plenário do Senado aprovou na terça-feira (15) o PLC 127/2015, que prevê auxílio financeiro da União aos estados, Distrito Federal e municípios e cria o Fundo de Exportação (FEX). O valor de R$ 1,95 bilhão para fomento às exportações deve ser entregue em quatro parcelas de R$ 487,5 milhões até o final de 2015, sendo que a primeira delas está marcada para o final de setembro. O projeto segue agora para a sanção presidencial.

O montante será distribuído entre os entes da federação de forma proporcional a coeficientes individuais de participação definidos pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários de Fazenda de todos os estados e do DF. Do valor destinado a cada estado, 75% irá diretamente para os cofres estaduais e 25% será destinado aos municípios. Já o rateio entre os municípios de cada estado será orientado pelos coeficientes individuais de participação na distribuição da parcela estadual do ICMS em 2014.

Após esse cálculo, será deduzido, para cada estado e município, o valor de suas dívidas vencidas com a União, com entidades da administração federal e externas. Somente após essa dedução é que o dinheiro será efetivamente destinado. O recebimento também poderá ser condicionado, pelo Ministério da Fazenda, ao envio regular de informações sobre o aproveitamento dos créditos.

A transferência de recursos a estados e municípios tem ocorrido desde 2004 para compensar as perdas com a isenção do ICMS nos produtos exportados. Parte dessa compensação já é definida pela Lei Kandir, mas outra parte precisa ser anualmente prevista em lei devido à falta de regulamentação.

SENADO
Wellington Fagundes (PR-MT), designado para proferir parecer em nome da Comissão de Constituição, Justiça E Cidadania (CCJ), afirmou que a proposta faz justiça aos estados brasileiros. O senador afirmou que, atualmente, a exportação de comoddities brasileiras tem um relevante papel na balança comercial do país e ressaltou que o projeto, além de fomentar as exportações dos estados, compensa as perdas sofridas por eles em 2014.

A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO), que proferiu parecer em nome da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), também considerou que a proposta tem fundamental relevância para as finanças locais. Lúcia Vânia ressaltou que alguns estados já até apelaram para o parcelamento de salários de servidores para dosar as despesas e ressaltou que a falta de recursos financeiros compromete também o andamento de obras e investimentos em estados e municípios.

- O FEX é muito importante para as finanças locais e não é boa a forma como o governo vem tratando esse importante auxílio, sem nenhuma previsibilidade. Isso compromete a qualidade da gestão financeira nos estados e municípios e reduz sua capacidade de planejamento – disse.

A senadora ainda fez um apelo ao governo para que torne permanente o auxílio para fomenta às exportações e atenda, assim, a necessidade de estados e municípios por mais previsibilidade de suas receitas.

Diversos senadores parabenizaram Wellington Fagundes e Lúcia Vânia pelo relatório apresentado e ressaltaram a importância de o Senado tratar das questões que envolvem a solidariedade federativa.

Blairo Maggi (PR-MT) ressaltou que o estado de Mato Grosso será o maior beneficiado com a distribuição, já que é o que mais exporta.

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) comemorou a aprovação do projeto (PLC 127/2015) que cria o Fundo de Exportação (FEX), atendendo demanda de governadores e senadores de estados exportadores de produtos primários, que se reuniram mais cedo com o presidente do Senado, Renan Calheiros.

O senador ressaltou que, em 2014, enquanto o saldo na balança comercial do seu estado foi US$ 15 bilhões a compensação da Lei Kandir foi algo em torno de R$ 220 milhões. Ele afirmou que estados como o Pará, que é essencialmente minerador, são penalizados pelo governo federal, cuja compensação pelas perdas de receita chega a menos de 10%.

Flexa Ribeiro também defendeu a aprovação do projeto (PLS 1/2013) de sua autoria que cria o novo marco regulatório da mineração e a Compensação Financeira pela exploração de Recursos Minerais (Cefem).

– O Pará tem 35% da sua base econômica na exploração mineral, não fica nada para o estado. Nesse novo Código de Mineração nós esperamos que se faça a correção do valor da Cefem para que se possa mudar a base produtiva de um estado como o Pará – disse.

GOVERNADORES
Na tarde de terça-feira os governadores de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT); Pará, Simão Jatene (PSDB) e os vice-governadores do Mato Grosso, Carlos Favaro; e de Goiás, José Eliton de Figuerêdo Júnior, pediram ao presidente do Senado, Renan Calheiros a votação imediata da proposta.

GOVERNADOR DO PARÁ
O repasse, embora paliativo, ajuda a corrigir uma injustiça. Atenua parte da dívida histórica que a União tem com os estados e municípios que perdem elevada receita com a isenção do ICMS de produtos exportados. O Pará, segundo estado em volume de exportações no País, com peso decisivo no equilíbrio da balança comercial brasileira, é uma das unidades federativas que mais perdem sem a devida compensação, prevista na Lei Kandir, hoje matéria constitucional, porém ainda não completamente regulamentada.

Na conversa com o senador Renan Calheiros, na tarde de terça, o governador Simão Jatene lembrou que há quase dois anos a União não repassa aos estados a compensação pela perda de ICMS. Segundo Jatene, o Pará tem ainda a receber cerca de R$ 144 milhões relativos ao exercício de 2014. A União renegociou a dívida e prometeu pagar o valor em quatro parcelas, que até agora não foram pagas. O mesmo atraso tem acontecido em relação ao exercício de 2015. “O que se está resgatando, com muito atraso, é uma pequena parcela de uma enorme dívida que a União tem com os estados, que contribuem com o equilíbrio das contas externas desse país”, ressaltou o governador.

Compensações - Em entrevista coletiva para a imprensa, o governador também comentou as recentes medidas anunciadas pela Presidência da República para tentar equilibrar as contas do governo e diminuir a crise financeira. “Precisamos fazer dessa crise um momento para se reconstruir a federação brasileira”, disse Jatene. “Os governadores estão dispostos a colaborar e reconstruir o país, mas a discussão tem que ser verdadeira, honesta, onde a união faça ajustes necessários e os Estados sejam respeitados em suas diferenças”, afirmou o governador.

(Agência Senado/Agência Pará)
EXPLORAÇÃO MINERAL | Atraso de Licença para Projeto da Vale ameaça empregos no Pará

EXPLORAÇÃO MINERAL | Atraso de Licença para Projeto da Vale ameaça empregos no Pará


Moradores do município de Curionópolis, sul do Pará, foram às ruas da cidade para pressionar o Governo de Simão Jatene a liberar uma licença de ampliação do projeto Serra Leste, comandando pela Vale.

Desde março, a empresa vem tentando obter a licença da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Com a demora, a Vale deu férias coletivas para cerca de 600 empregados e, com o fim das férias, concedeu licença remunerada. Os operários ficarão sem trabalhar, recebendo 50% dos salários, enquanto outros 300 operários que atuam em empresas terceirizadas estão em vias de serem demitidos.

A manifestação começou às 10h, com uma reunião no teatro da cidade. Em seguida, houve uma caminhada e depois, o bloqueio da PA-275, que liga Marabá a Parauapebas, as duas principais cidades da região. O bloqueio será por tempo indeterminado.

O movimento é encabeçado por empregados da Vale, mas tem apoio de vereadores, comerciantes e dos professores, que prometem manter as aulas suspensas até que haja uma solução para o impasse entre Vale e governo. “Precisamos resolver esse problema porque são centenas de pais de família ameaçados de desemprego. A paralisação do projeto está afetando toda a cidade”, diz Josafá Costa, empregado da Vale.

A exploração da mina de Serra Leste se tornou uma das principais fontes de renda e emprego no município, que fica a cerca de 30 quilômetros de Parauapebas, onde está a mina de Carajás. Pelo menos 10% dos 17 mil habitantes da cidade atuam em torno do projeto da Vale que tem impactos diretos sobre o comércio local.

PRODUÇÃO
A primeira licença previa uma produção de 2 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. A Vale considerou, contudo, que é necessário aumentar para 6 milhões. Em março deste ano, pediu à Semas licença para redimensionar o projeto, mas o pedido vem se arrastando. “Não entendemos as razões dessa demora. Já esgotamos todas as conversas junto à secretaria”, diz o prefeito de Curionópolis, Wenderson Chamon.

Integrantes do movimento acusam o governo de usar o pedido da licença para pressionar a Vale a pagar R$ 1,8 bilhão de taxa mineral, após o fim da isenção a que a mineradora tinha direito. “Esse problema deveria ser resolvido na esfera administrativa ou jurídica. Da maneira como está acontecendo, o governo está contribuindo para causar desemprego em um momento delicado da economia”, diz um dos líderes do movimento, que não quis ser identificado.

VALE
Em nota, a Vale confirmou que concederá licença remunerada aos empregados da Mina de Serra Leste. “A empresa já iniciou as negociações com o sindicato que representa a categoria e a data de início ainda depende de aprovação em assembleia com os empregados”. A medida é necessária , segundo a Vale, devido à não obtenção da Licença de Operação, que permitirá ampliar a capacidade de produção do empreendimento. A empresa, contudo, não quis se manifestar sobre os protestos marcados para hoje.

GOVERNO DO ESTADO
Também por meio de nota, o titular da Semas, Luiz Fernandes, afirmou que a demora na liberação da licença se deu porque havia condicionantes pendentes. A nota não explica quais. O secretário negou que haja relação entre a demora no processo na Semas e a cobrança da taxa mineral. “Não há relação, pois a análise desta secretaria se restringe à análise da viabilidade ambiental do empreendimento”. A Semas não informou se há prazos para que o processo seja concluído. Limitou-se a informar que a solicitação “está sendo analisada”.

(Diário do Pará)
terça-feira, 15 de setembro de 2015
POLÍTICA MINERAL | Novo código mineral pode ser votado ainda neste mês

POLÍTICA MINERAL | Novo código mineral pode ser votado ainda neste mês


O relatório final do novo Marco Regulatório da Mineração está programado para ser votado entre os dias 22 e 23 de setembro na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. A expectativa do relator, o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB- MG), é que o Projeto de Lei seja encaminhado ao Senado ainda neste mês. Ele acredita que haverá uma tramitação rápida, e ainda este ano estará disponível para a apreciação da Presidência da República. "As principais divergências estão pacificadas e o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) já sinalizou que apoia o texto", diz.

O deputado Gabriel Guimarães (PT-MG), presidente da Comissão Especial que analisa o projeto, também trabalha com o cenário de votação na Câmara dos Deputados até 23 de setembro pelo menos dos itens essenciais do projeto. "É hora de mandar um recado aos produtores de que o país tem regras claras e quer atrair investimentos", diz.

Guimarães classifica como essenciais a criação da Agência Nacional de Mineração, nos mesmos moldes das demais agências de Estado, que regulam petróleo, energia, água e transportes, por exemplo. Outros itens essenciais são os referentes a royalties e o modelo de concessão de áreas minerais. Entre as questões que ainda geram polêmica e podem ser discutidas em um segundo momento, segundo Guimarães, estão a possibilidade de mineração em unidades de conservação ambiental, terras indígenas e quilombolas, assim como a regulamentação sobre o passivo ambiental das atividades minerais. "O país já conta com legislação ambiental, trabalhista e sobre ocupação de reservas, são questões que não devem estar no novo código", diz.

O atual Código Mineral brasileiro é de 1967. A modernização regulatória do setor foi um dos compromissos de campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. Desde 2011 o assunto tramita no Congresso, por iniciativas propostas por deputados federais. O governo formalizou sua proposta em 2013. A primeira versão do relatório de Quintão ficou pronta em 2014, mas nem foi encaminhada para votação, numa demonstração de que governo federal, governos regionais, setor produtivo e movimentos sociais estavam distantes de um entendimento.

Em paralelo, o governo federal congelou a outorga de novas lavras de exploração mineral enquanto as novas regras não fossem definidas. Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) a decisão, em 2014, já havia bloqueado 4.300 alvarás de exploração mineral e represado investimentos de pelo menos US$ 20 bilhões. Para Quintão, a necessidade atual do governo de destravar investimentos produtivos e as mudanças na equipe no segundo mandato da presidente Dilma levaram o governo a uma flexibilização de suas posições.

A versão do relatório que segue para votação estabelece uma alíquota progressiva - que varia de acordo com a cotação internacional do minério de ferro - para a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), o royalty da mineração. Atualmente a alíquota é de 2% do faturamento líquido e a proposta original do governo era cobrar 4% do faturamento bruto. "Num momento de queda nos preços mundiais e alta concorrência, falar em aumento de royalties só serve para alegrar nossos concorrentes internacionais", diz Fernando Coura, diretor-presidente do Ibram.

A nova proposta estabelece um piso, de 1% sobre o faturamento bruto, a ser cobrado em momentos como o atual, em que a tonelada do minério de ferro é cotada abaixo de US$ 60 no mercado internacional. Uma cotação do minério entre US$ 60 e US$ 80 por tonelada leva a uma alíquota de 2%. Entre US$ 80 e US$ 100 a contribuição é de 3% e passa a 4%, sempre sobre o faturamento bruto, caso a cotação internacional ultrapasse a barreira dos US$ 100.

Para os demais minérios, as alíquotas da CFEM são fixas. Entre os principais minerais produzidos no país ouro, agregados de construção, fósforo, potássio e rochas ornamentais pagarão 1%, o carvão 1,5%, bauxita, calcário, manganês, caulim e nióbio serão taxados em 2%, e diamante e grafite terão alíquota de 4%.

Quintão diz que também houve um acordo com o ministro Eduardo Braga em relação ao sistema de concessão de áreas minerais. No sistema atual, chamado de concessão por prioridade, o direito de explorar as novas jazidas é dado às empresas que realizam o mapeamento mineral de uma área e primeiro solicitam o direito exploratório ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). A proposta do governo era de que as jazidas com alto potencial seriam licitadas e o vencedor teria uma licença única para as atividades complementares de pesquisa e exploração mineral com um prazo de 40 anos, podendo ser renovável por mais 20 anos sucessivamente.

O texto que vai para votação prevê que sejam feitas licitações apenas para as áreas atualmente detidas pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) do governo federal. Para as demais áreas, será mantido o sistema atual de concessão por prioridade. "O governo não investe em pesquisa mineral. Quem investe é o setor privado. Mas em cada mil registros de pesquisa, apenas 1,5 se tornam uma mina viável economicamente. É um negócio de altíssimo risco. Quem vai investir, se não tiver garantia de que poderá explorar a mina?", indaga Quintão.

(Portos & Navios)
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
MINERAÇÃO | Operação contra garimpo ilegal no rio Madeira em Porto Velho

MINERAÇÃO | Operação contra garimpo ilegal no rio Madeira em Porto Velho


Mais de 180 dragas ilegais foram contabilizadas ao logo da Área de Proteção Ambiental (APA) durante a operação Azougue no rio Madeira, em Porto Velho, para coibir a extração ilegal de ouro. A Força-Tarefa é formada por policiais civis e militares, sob o comando da Secretaria de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec). Na quinta-feira (10), um total de 10 dragas foram apreendidas e 20 pessoas detidas.

A Azougue – material utilizado para separar as impurezas e o ouro garimpado – conta com a integração de diversos órgãos, como as Polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal, além do Ministério Público, Sociedade de Portos e Hidrovia (Soph), Corpo de Bombeiros, Batalhão de Polícia Ambiental, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Marinha, Exército e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Para a realização da operação, de acordo com o titular da Sesdec, Antônio Carlos dos Reis, o governo elaborou um Planejamento Operacional para desarticular o garimpo ilegal. Segundo ele, cerca de 180 balsas estão operado sem o licenciamento ambiental e sem a devida autorização para extração de minério expedidas pelos órgãos competentes. “É uma falta de respeito às leis e normas que determinam que a área de Proteção Ambiental não pode ter nenhuma atividade. Estamos trabalhando para coibir esses crimes e evitar outros que consideramos ser consequências do garimpo, como a degradação ambiental, prostituição e porte ilegal de arma de fogo”, disse o secretário.

Segundo o coordenador da operação, tenente-coronel André Glanert, são 95 pessoas trabalhando para fazer valer a legislação ambiental, uma vez que a extração do minério está sendo feita numa Área de Proteção Ambiental (Arpa). “Nosso objetivo é notificar todas as embarcações que estão realizando a garimpagem ilegal e garantir a integridade da Arpa”, citou.

O coordenador da operação enfatizou, ainda, o apoio logístico da Soph, que disponibilizou pátio, rampas, barcos e salas para a efetivação da operação.

"O secretário Antônio Carlos dos Reis disse que a integração das forças de segurança pública e a união dos esforços dos órgãos envolvidos foram o maior ganho da operação.
A situação irregular das dragas na APA do rio Madeira era um assunto que vinha sendo discutindo no Gabinete de Gestão Integrada (GGI), que compõe os órgãos responsáveis. Chegamos a um consenso que tínhamos que unir forças, cada um em sua atribuição, para combater essa prática criminosa. Com a operação, mostramos a presença do estado e conseguimos fazer valer a lei”, argumentou Reis. 
 
O secretário explicou, ainda, que todas as dragas/balsas que estavam ao logo dos 21 quilômetros da APA do rio Madeira foram removidas do local, e que de agora em diante será mantida a fiscalização para impedir nova entrada.

“Além de estarem em uma área de proteção ambiental, e de forma irregular, elas causavam prejuízos nocivos ao meio ambiente, contribuindo para o assoreamento do rio, contaminando as águas com produtos da mineração, bem como, dificultando a navegação”, salientou Reis.

Navegação

O diretor-presidente do Porto de Porto Velho, Leudo Buriti, entende que essas ações do estado são necessárias para melhorar a segurança da navegação no rio Madeira, além de contribuir para a logística do transporte e, principalmente, para evitar roubos e furtos, prostituição infantil nas comunidades e combate à garimpagem ilegal, atendendo aos pleitos que a administração portuária havia feito com a Federação Nacional das Empresas de Navegação (Fenavega), durante o Seminário “Porto Velho, Capital da Navegação” realizado em agosto.

Para a Diretoria-Executiva da Soph, a garimpagem ilegal provoca bancos de areias que atrapalham a navegação, além de causar uma série de prejuízos ao meio ambiente e riscos à vida humana, pois as dragas ficam de forma desordenadas no rio e nas margens, sendo danoso para todos que utilizam dessa via de navegação na região Norte. “Os materiais usados na extração do ouro, sem possuírem autorização do DNPM para serem utilizados, e os materiais explorados pelos garimpeiros serão apreendidos e ficarão em uma área do porto à disposição da Justiça. Já os responsáveis pelo garimpo, serão indiciados, conforme as legislações vigentes”, assegurou o secretário. O resultado da operação será apresentada amanhã (11) pela Sesdec.
 
(Secom/Governo de Rondônia)
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
MINERAÇÃO | Marabá bate recorde histórico com royalties

MINERAÇÃO | Marabá bate recorde histórico com royalties


No dia 7 de Setembro, o município de Marabá recebeu, por meio da conta-corrente de sua prefeitura municipal, R$ 4.527.327,95 em Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), referente à extração de minérios do mês de julho. O montante é o maior já recolhido por Marabá desde que a Cfem começou a ser paga no Brasil por força de lei.

No município, os maiores pagadores de royalties são a mineradora multinacional Vale, que explora cobre em concentrado via projeto Salobo, e a empresa Buritirama, que extrai manganês em projeto que leva o nome da mineradora.

Os R$ 4,5 milhões recebidos por Marabá são superiores aos royalties arrecadados pelo município durante todo o ano de 2010. No acumulado deste ano, já são R$ 27.723.138,55 depositados na conta da prefeitura local, mas até o dia 7 de dezembro cerca de R$ 10 milhões ainda vão agitar a mesma conta bancária, oriundos da lavra dos meses de agosto, setembro e outubro.


O ano de 2015 consolida Marabá no cenário da indústria extrativa mineral. Nele, o município ultrapassou Canaã dos Carajás como o maior receptor de royalties de cobre e se firmou como o maior produtor do mesmo metal no país.

Atualmente, dos 2.486 municípios mineradores do Brasil, Marabá ocupa a sétima colocação em movimentação de recursos, com a impressionante cifra de R$ 1.953.675.043,43, referente ao período de janeiro a agosto deste ano. Em termos comparativos, é possível dizer que apenas o que se movimentou em mineração em Marabá é superior à produção de riquezas de 5.265 municípios brasileiros. Apenas o vizinho Parauapebas e os mineiros Nova Lima, Mariana, Congonhas, Itabira e Itabirito realizam operações minerárias maiores.

Porém, enquanto as operações de Marabá crescem, por se tratar de cobre em concentrado, as dos primeiros colocados despencam, porque todos eles têm no minério de ferro o motor propulsor de sua geração de riquezas, e o produto não anda em seus melhores dias.


ECONOMIA X SOCIEDADE

Se a produção marabaense vai enfeitando a balança comercial Brasil afora, amparada majoritariamente por cobre, Marabá adentro o bicho pega. É o que revela o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em pesquisa divulgada no início da semana passada. Por meio do estudo "Atlas da Vulnerabilidade Social", a partir do qual foi criado o Índice de Vulnerabilidade Social (IVS), um indicador que mede o grau de exclusão social nos municípios, fica claro que a geração de riquezas marabaense está distante da realidade de grande parte da população.

Gargalos em saneamento básico, distribuição de renda e mortalidade infantil dão o tom de subdesenvolvimento a um dos municípios economicamente mais promissores da Amazônia. Conforme os indicadores do Ipea, a situação social de Marabá é equivalente à do Brasil no início da década passada, isto é, um atraso de dez a 15 anos em relação à média nacional, num Brasil que não é lá modelo de adiantamento social.

Marabá, a "Rainha do Tocantins", vive – com suas riquezas naturais e suas mazelas – o eterno drama da Viúva Porcina, personagem pitoresca na trama "Roque Santeiro", sucesso da teledramaturgia de 1985, ano em que o primeiro carregamento de minério foi realizado via Estrada de Ferro Carajás (EFC). É simplesmente aquela que foi (economicamente rica) sem nunca ter sido (socialmente desenvolvida).


Parauapebas amarga pior arrecadação em cinco anos

Da dependência do Brasil em relação às ordens da Europa, há dois séculos, para a dependência crônica de Parauapebas em relação à mineradora multinacional Vale atualmente, pouca coisa mudou – e, em verdade, só o modo de operação, com uma maquiada tecnológica aqui e acolá na tática de exploração.

Há pelo menos 24 anos, o dia 7 de cada mês é um dos mais aguardados pela Prefeitura Municipal de Parauapebas por motivo nada independente: nesse dia, a conta amanhece abastecida com a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), os royalties que a mineradora Vale é obrigada a pagar, por força da Constituição de 1988. A Cfem foi regulamentada, de fato, pelas leis 7.990, de 1989, e 8.001, de 1990, e enfatizada pelo primeiro decreto presidencial assinado no ano de 1991.

Desde 1991, a mineradora Vale compensa o município de Parauapebas em valores variáveis, que, primeiramente, vão parar na conta do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Com o dinheiro em mãos, o DNPM, órgão do Governo Federal, tira logo sua parte, de 12%, que será rateada em 2% para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e outros 2% para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em seguida, a conta administrada pelo governador Simão Jatene, no Palácio dos Despachos, em Belém, recebe do DNPM 23% dos royalties recolhidos em Parauapebas. É a parte que cabe ao Estado onde o município produtor de minério se localiza.

Por último, geralmente no dia 7 ou 6, caem os 65% de cota-parte devidos ao município de Parauapebas, sociedade mais interessada nisso tudo – ao menos, teoricamente.

Muito desejados tempos atrás, os royalties já não são mais motivo de orgulho e prazer. Num passado não muito distante, o dia 7 era sinônimo de conta abarrotada para a prefeitura local porque os royalties eram a principal fonte de recursos. De certa forma, era vantajoso e atrativo para o município ser economicamente dependente do minério.

Porém, como cantaria Nelson Ned, se vivo estivesse, num de seus clássicos de 1969: "Mas tudo passa tudo, passará; e nada fica, nada ficará". E, em 2015, os royalties chegaram a seus valores mais críticos dos últimos 5 anos, mesmo com a extração de minérios tendo aumentado quase 20% no período, saltando de 101,17 milhões de toneladas (Mt) em 2010 para 119,66 Mt em 2014.

A selvageria na produção de minério de ferro pelas maiores mineradoras do mundo e a desaceleração da demanda China, maior compradora do globo, derrubaram os preços da commodity, e isso afetou diretamente a economia parauapebense, extremamente dependente num 7 de Setembro de "independência".


Fonte da riqueza no Pebas está quase seca

O município de Parauapebas, grande locomotiva da economia paraense em razão da indústria extrativa de minério de ferro, está desacelerando, quase parando. A cada dia de 2015, as estatísticas econômicas para a "Capital do Minério" são as piores possíveis.

O mês de agosto, entrou para a história como o do desgosto nas finanças municipais: os royalties de mineração chegaram ao menor valor desde junho de 2010. O impacto disso é catastrófico para todos os seus habitantes.

Em agosto, a conta-corrente da Prefeitura Municipal de Parauapebas recebeu como mesada "míseros" R$ 7.250.086,39. O menor valor antes desse, recebido em junho de cinco anos atrás, foi de R$ 5.889.328,09. Na prática, à medida que a arrecadação de royalties volta no tempo, as demandas sociais aumentam e terão de ser, impiedosamente, empurradas com a barriga, à espera de bons tempos ou de se contar com a sorte.

Em 2010, quando a arrecadação média mensal era de R$ 11,5 milhões, a população municipal era de 154 mil habitantes. De lá para cá, Parauapebas ganhou 36 mil novos moradores (praticamente um Canaã dos Carajás inteiro de gente para afogar ainda mais a demanda por serviços sociais básicos), mas se vê às voltas com uma arrecadação média de R$ 12,4 milhões. Proporcionalmente, o recolhimento médio da Cfem não acompanhou a evolução populacional.

Na comparação com 2011, 2012, 2013 e 2014, o ano atual se mostra um verdadeiro retrocesso financeiro para Parauapebas.

No dia 7 de Setembro, Parauapebas recebeu R$ 11.448.358,13. No acumulado do ano, são R$ 111.363.657,16 recolhidos pela prefeitura. Só que esse valor é "mixaria" perto dos R$ 128.023.565,36 recolhidos apenas no mês de fevereiro de 2013, denotando o quanto o município vem remando contra a maré.

O município deve encerrar este ano com R$ 148,5 milhões de royalties recolhidos, o menor valor – até então – da década.


População está ficando cada dia mais endividada

A população parauapebense está pelo fio da navalha, isto é, a cada dia ficando mais falida e endividada, revelam dados de uma pesquisa do Serasa Experian, por meio de seu mapa da inadimplência. Entre os municípios da região, Parauapebas lidera em quantidade de pessoas com o nome "sujo", aquelas que deixaram de pagar as contas em dia.

Uma lida atenta nos editais publicados em jornais impressos locais, e são contabilizados dezenas de nomes de pessoas que devem terrenos comprados em prestações a perder de vista. Há casos em que uma mesma pessoa deve, em seu CPF, dois, três, quatro terrenos e é citada por inadimplência. É uma exposição ao ridículo desnecessária, mas vá dizer isso às imobiliárias gananciosas, que movimentaram a expectativa de milhares de pessoas, as quais meteram a cara na compra de lotes para abrir "negócios" e creram, inadvertida e piamente, que a multiplicação de quitinetes Parauapebas adentro seria uma fonte de renda sustentável – perspectiva que começou a ser frustrada em 2013 e, de maneira mais severa, a partir de 2014.

À medida que se endivida, a população parauapebense se atola em impostos: do primeiro dia deste ano até hoje, R$ 390 milhões pagos, quantia com a qual seria possível construir mais de 11.135 casas de 40 metros quadrados cada, conforme informa o portal do Impostômetro.

Além das dívidas na praça e de mais e mais contas (leia-se: impostos) a pagar, a população de Parauapebas vai perdendo emprego, e o município bate todas as taxas da região em índice de desocupados. De antiga "terra do trabalho", Parauapebas vai se tornando terra de desempregados, cuja consequência mais imediata é a elevação de todos os indicadores de violência. Não à toa, vem figurando, desde 2010, como um dos municípios mais assassinos do Pará, poucas mortes atrás de Ananindeua, Marabá e Altamira. Também é um "centro próspero" de ladrões e de "dois na moto preta", que geralmente atacam à noite para tomar celular e o que mais o cidadão tiver, inclusive a dignidade.

Essa é apenas uma das características de empobrecimento de um município tão rico em recursos naturais e que, por isso, tem todos os ingredientes para ser independente e autossustentável. Mas jamais encontrou o caminho, a não ser o das pedras não preciosas. 
 
(Surgiu)
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
MINERAÇÃO | Vale obtém liminar para retomar mineração em Onça Puma

MINERAÇÃO | Vale obtém liminar para retomar mineração em Onça Puma


A Vale informou na quarta-feira (02/09) que obteve liminar suspendendo a decisão judicial que paralisava as atividades de mineração do empreendimento de níquel de Onça Puma, no Pará, desde meados do mês passado.

A mineradora disse ainda que foi suspensa a determinação para o pagamento de 3 milhões de reais para as Associações Indígenas Xikrin do Catete, que constava da mesma sentença.

Segundo a decisão anterior, do Tribunal de Regional Federal (TRF) da 1ª Região, as operações da Vale teriam que ficar suspensas até a companhia comprovar que foram tomadas medidas compensatórias para os indígenas.
 
A mineradora disse, em nota, que uma análise da água do rio Cateté, que banha terras indígenas, não demonstrou a contaminação por níquel e que a presença de elementos dissolvidos decorre da condição geológica da área.

"Assim, eventuais prejuízos à qualidade da água não têm qualquer relação com a atividade da Vale na região", disse a mineradora.

A decisão que determinou a imediata suspensão das atividades era de 6 de agosto, mas foi publicada no Diário Oficial da Justiça em 14 de agosto.

A Vale não informou o volume que deixou de ser produzido durante a suspensão, nem a data exata da retomada das atividades em Onça Puma.

A produção de níquel da Vale em Onça Puma somou 5,9 mil toneladas no segundo trimestre de 2015, pouco menos de 10 por cento do total produzido pela mineradora no período.

A Vale, maior produtora global de minério de ferro do mundo, está entre as maiores também em níquel, com operações no Canadá, Indonésia e Nova Caledônia, além do Brasil.
 
(EXAME)
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
DNPM | Setor de rochas ornamentais cobra simplificação de normas

DNPM | Setor de rochas ornamentais cobra simplificação de normas


A exploração de rochas ornamentais está represada pela ineficiência do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), conforme afirmaram representantes de empresas do setor, em debate nesta quarta-feira (2) na Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI).

— O DNPM se limita a controlar e fiscalizar a atividade da mineração, e faz com ineficiência sua missão fundamental de fomentar e planejar, devido à desestruturação orçamentária, que leva à insuficiência de recursos humanos e tecnológicos — disse Reinaldo Dantas Sampaio, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais.

Rochas ornamentais, como granitos e mármores, são utilizadas como material para revestimento, principalmente em pisos, paredes e bancadas. O setor concorre com revestimentos cerâmicos, explicou Sampaio, e está sujeito às tendências da arquitetura e decoração, característica que o diferencia das grandes explorações minerais de ferro e ouro, por exemplo.

— A indústria de rochas ornamentais faz um esforço hercúleo de prospectar, desenvolver e lavrar novos materiais de maneira sistemática. E essa incessante busca por novas áreas nos torna o setor mais demandante das atividades do DNPM — frisou.

No mesmo sentido, Tales Pena Machado, presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Estado do Espírito Santo, contou que pode chegar a dois anos a espera por autorização para exploração de uma jazida, tempo muito longo para um mercado sazonal, sujeito a grande pressão por novos produtos.
 
Potencialidades

O Brasil reúne pelo menos 1,2 mil variedades de rochas ornamentais, segundo o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), autor do requerimento para realização do debate. São cerca de dez mil empresas, que geram 120 mil empregos diretos e 360 mil empregos indiretos, informou o parlamentar.

A baixa capacidade do DNPM em atender a demanda dessas empresas, na avaliação de Ricardo Ferraço, é hoje um obstáculo ao avanço da exploração da grande diversidade mineral do país.

— Enquanto a mineração caminha em uma direção, a estruturação do DNPM caminha em outra. Apesar do esforço dos profissionais, o DNPM se transformou num gargalo e uma ameaça à prosperidade da mineração — disse Ferraço.
 
Empresários

Uma das saídas apontadas pelos empresários foi a transferência aos municípios da prerrogativa de autorizar a exploração de lavras. Além da municipalização, José Antônio Guidoni, presidente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais, sugeriu também a simplificação das normas para autorização.

DNPM
 
De acordo com Celso Luiz Garcia, diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral, o órgão já estuda formas de simplificar os procedimentos, “para encurtar caminho e dinamizar o setor”, até que se aprove nova legislação para a área.

Celso Garcia, em sua apresentação, destacou a situação atual do DNPM, informou que tem uma agenda positiva para o órgão e que está com um plano em andamento para o Espírito Santo e que este Plano servirá para todo o Brasil. Este Plano vem dinamizar as ações da Superintendência do DNPM no ES e consequentemente as outras Superintendências espalhadas por todo o território nacional e que também está destacando nesse momento uma Força Tarefa ao Espírito Santo com o objetivo de diminuir o passivo processual naquele Estado.
 
O diretor-geral pediu aos parlamentares empenho para a aprovação do marco regulatório da mineração, que prevê a criação de uma agência reguladora. A proposta (PL 5807/2013), apresentada pelo Executivo, tramita na Câmara dos Deputados há dois anos.

MME
 
Também Carlos Nogueira da Costa Junior, secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, apontou vantagens no novo marco regulatório, como o tratamento simplificado dos processos de exploração de rocha ornamentais.

Apesar de reconhecer as deficiências do órgão responsável pelo setor, Carlos Nogueira apontou resultados obtidos com a adoção de medidas adotadas este ano, para agilizar os procedimentos.

— De janeiro a agosto, emitimos 390 portarias de lavras, mais do que o dobro das emitidas no ano passado — disse.

SENADO
 
Por sugestão de Ricardo Ferraço e Wilder Morais (DEM-GO), deverá ser criado um grupo de trabalho formado por parlamentares, empresas e Executivo, para buscar soluções de curto prazo que desafoguem as demandas do setor. A iniciativa foi apoiada pelos senadores Lasier Martins (PDT-RS), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Wellington Fagundes (PR-MT) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
 
(Agência Senado/DNPM)
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