MATO GROSSO | Justiça recebe denúncia contra 30 pessoas por mineração ilegal
Operação Eldorado. Foto: Divulgação/PF |
A Justiça Federal de Mato Grosso
recebeu denúncia do Ministério Público contra 30 pessoas acusadas de
envolvimento com práticas de exploração ilegal de ouro em terras
indígenas, esquema desmantelado em novembro pela Polícia Federal (PF)
durante a operação Eldorado após movimentar cerca de R$ 150 milhões.
Nota emitida na sexta-feira (22) pelo juízo da 5ª Vara da Justiça
Federal informa que os acusados, investigados desde fevereiro de 2012,
passarão a figurar como réus numa única ação penal. Na Justiça, eles
devem responder por supostos crimes ambientais, por formação de
quadrilha, usurpação de bens da União, operação ilegal de instituição
financeira, receptação qualificada e corrupção passiva e ativa. Também
podem ser imputados crimes contra a ordem financeira e de lavagem de
dinheiro.
A operação Eldorado consistiu no cumprimento de 28 mandados de prisão
temporária e 64 de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso, Rondônia, Pará e Amazonas. No dia em que a operação foi deflagrada, 16 pessoas chegaram a ser presas.
O cumprimento dos mandados judiciais foi marcado por confronto entre as
forças policiais e índios da etnia Mundurukú, que teriam tentado
impedir a destruição das dragas de garimpo ilegal.
No tiroteio, o índio Adenilson Kirixi Munduruku foi assassinado com
três tiros. Dois policiais e outros seis índios ficaram feridos. O
conflito em si está sendo objeto de uma investigação paralela por parte
do Ministério Público. A operação chegou a ser suspensa após o
confronto.
A ação do grupo era concentrada em Mato Grosso. A extração ilegal de
ouro era realizada com dragas ao longo do rio Teles Pires, no Norte do
estado. O material era posteriormente enviado para postos de compra nos
demais estados onde a PF acabou deflagrando a operação.
Parte do grupo investigado se responsabilizava, segundo o Ministério
Público, por intermediar a venda do minério e regularizá-lo no Sistema
Financeiro Nacional, valendo-se de permissão de extração garimpeira.
Por sua vez, a outro grupo da quadrilha cabia a logística de todo o
processo, que acabava resultando também em destruição de áreas de
preservação e poluição.
(G1 | MATO GROSSO)
0 comentários:
Postar um comentário