AMAZONAS | Estado tem reserva de 1,7 milhão de toneladas de calcário para exploração
Mina de calcário agrícola em Urucará. Foto: Alfredo Fernandes/Agecom |
O potencial de exploração do calcário agrícola na mina de Jatapu, em Urucará (a 640 quilômetros de Manaus)
será analisado por técnicos, representantes de secretarias e
Prefeitos. Com uma reserva estimada inicialmente em 1,7 milhão de
toneladas do minério nos tipos empregados na agricultura, a mina tem
potencial para tornar o Estado autossuficiente na produção para o
consumo interno e convertê-lo em um dos principais polos de
comercialização para o mercado brasileiro.
O consumo anual do calcário agrícola é de 20 mil toneladas, ao custo
de R$ 420 a tonelada para o produtor, valor que deve ser 75% menor com o
início da produção local.
Segundo o deputado estadual Sinésio Campos, a viabilidade econômica e
de extração é real e tem forte apelo econômico e social atendendo a
pequenos, médios e a grandes agricultores. “Podemos nos tonar um mercado
exportador desse produto. O calcário que é usado na nossa agricultura
vem do Ceará. Com a exploração dessa mina, vamos conseguir reduzir
desmatamento, baixar preço do calcário, estimular a agricultura, gerar
mais empregos e até reduzir o valor dos alimentos”, salientou.
A mina de Jatapu tem a exploração licenciada pela empresa Nassau
Itautinga há quase três décadas. De lá é extraído apenas o tipo do
calcário usado na fabricação de cimento. Agora, a jazida vai atingir as
faixas do minério com as propriedades aplicáveis à agricultura,
facilitando a produção. Transformado, o minério é empregado na correção
do solo e auxilia na piscicultura, pecuária, recuperação ambiental e
beneficiamento de potássio.
Um grupo de composto por representantes das secretarias estaduais de
Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (Semgrh), de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável (SDS), Planejamento (Seplan), Agência de
Desenvolvimento Sustentável (ADS), Instituto de Proteção Ambiental do
Amazonas (Ipaam), Centro Estadual das Unidades de Conservação (Ceuc) e
da comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás e Energia
da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), presidida pelo deputado
estadual Sinésio Campos, esteve na mina de Jatapu para aprofundar as
discussões com a empresa.
Escoamento do Minério
O maior entrave é viabilizar o escoamento do minério processado. O
transporte hidroviário de Jatapu está descartado pela Itautinga e o
Governo Estadual analisa a abertura de uma estrada pavimentada, com
extensão de 102 quilômetros, ligando a mina em Urucará à rodovia BR-174,
em Presidente Figueiredo. O investimento projetado é de cerca de R$ 50
milhões.
“Há um interesse estratégico porque importamos 100% e ele é um item básico para a produção de alimentos”, frisou o secretário estadual de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos, Daniel Nava.
“Há um interesse estratégico porque importamos 100% e ele é um item básico para a produção de alimentos”, frisou o secretário estadual de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos, Daniel Nava.
De acordo com Daniel Nava, o levantamento também vai considerar as
questões ambiental, fundiária, hidrológica e logística que precisam ser
feitas para viabilizar a atividade. Antes do relatório final ser
apresentado ao governador Omar Aziz, o que está previsto para acontecer
até o final do mês de março, o grupo deverá se reunir com autoridades e a
população.
A comunidade da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do
Uatumã, que fica nos municípios de São Sebastião do Uatumã e Itapiranga,
vai conhecer o projeto. Na área da RDS, a Itautinga possui licença
prévia para pesquisar o potencial de calcário para produção de cimento,
mas só vai iniciar os estudos com a garantia de exploração posterior, o
que só poderá ser feito mediante consenso com o conselho gestor da
reserva.
Além de querer ampliar seus campos de produção de calcário para
produção de cimento, a Itautinga planeja entregar pronto ao consumidor o
calcário agrícola, conforme o gerente geral da empresa, José Emídio.
“Temos interesse fazer esse fornecimento. Em outros Estados, a empresa
já faz esse fornecimento e já possuímos uma estrutura para esse trabalho
aqui”, disse.
O próximo encontro do grupo de trabalho está marcado para o dia 27 de
fevereiro, na ALE-AM. A reunião deve contar ainda com a presença de
parlamentares e prefeitos dos municípios de Presidente Figueiredo,
Itapiranga, São Sebastião de Uatumã e Urucará.
(Portal Amazônia)
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